23 de abril de 2008

O declínio do império humano

Alguns textos são mais fáceis de serem “paridos” que outros. Seja trabalhando ou por esporte, tem horas que sento para escrever e o texto flui. Sai. Escorre do cérebro pelos dedos. Tem horas em que realmente chacoalho a cabeça pras palavras caírem. Sandices, não reparem.

Há algum tempo fiquei sabendo que seria bom me converter ao judaísmo, porque meu cabelo teria começado (vejam bem, teria começado, ainda não me convenci) a rarear no topo da cabeça. Não entendam mal, ainda tenho cabelo o bastante para doar e leiloar, mas ele teria começado a migrar. E eu não gostei da notícia.

Há coisas com as quais a gente conta sem nem ao menos se dar conta. Certezas indiscutíveis. Como o oxigênio no ar, apesar dos esforços em poluir. Ou o fato de que o Romário existe para se aposentar do futebol. Quantas vezes ele julgar necessárias. Outra dessas certezas é – ou deveria ser - o fato de que o cabelo está lá e lá vai sempre ficar. Até que você chega numa situação como a minha.

Comentei o fato com um cara aqui da agência, já avançado em cabelos brancos. Eu disse a ele que o ápice da frustração masculina não deve ser quando você começa a perder cabelos ao se pentear, mas quando começam a cair fios brancos. Ele discordou; disse que o mais triste é encontrar fios brancos no saco (e esse é o nome científico, não encham meus escrotos). E, cara, nunca tinha
pensado nisso. É simbólico, é icônico – quase o começo do fim de uma era. E deve ser terrível mesmo.

De uma forma babaca, machista, simplória, mas deve.

E isso tudo porque reparei no espelho que possuo rugas nos cantos dos olhos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Duas Notas maestro zezinho é ótimo. ahahaha.
Mas então, fiquei aqui pensando:os cabelos migraram pra qual lugar???
E recentemente descobri q já tenho uma marca de expressão

Anônimo disse...

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