28 de maio de 2009

Bateria de provas

Mas que ideia improvável e impertinente essa dos meus professores resolverem me dar prova. E por uma semana inteira! Quando fiz Publicidade não tinha nada disso!

Oks, quando fiz Publicidade, nem matéria tive direito. Se teve uma coisa que me pegou de surpresa nessa faculdade de Psicologia é que a gente precisa estudar pra passar pro próximo semestre. Não é fantástico? Aliás, o conceito de ter uma semana inteira de provas (que vai se estender pela segunda e quarta-feiras da próxima semana) seria impensável dez anos atrás!

Esses dias um amigo meu - que também estudou Comunicação - comentou que eu, como ele, havia cometido o erro. Não concordo. Quando prestei meu primeiro vestibular, no longínquo ano de 1998, estava em dúvida justamente entre estudar Publicidade ou Psicologia e escolhi a primeira por não querer ter aula de biologia/anatomia/coisas-que-estavam-dentro-do-corpo-e-eventualmente-estariam-fora-para-ser-estudadas. Não era isso que eu imaginava pro meu futuro. Não era o que eu queria e não me arrependo nem um pouco de ter escolhido o curso na época. Minha primeira escolha sempre foi Publicidade de qualquer modo. Mas é claro que desanima um bocado quando você ouve o coordenador do seu curso falando que poderiam condensar a totalidade da matéria em apenas seis meses. E mesmo a coisa de não ter provas era estranha, vou confessar. Porém, também era conveniente e eles vendiam muito a ideia de que não é possível avaliar criatividade (ainda que poucas aulas realmente se preocupassem com isso), de forma que eu não me incomodava muito, de modo geral. Era diferente mas, vá lá, de repente era assim mesmo e pronto. Não era como se eu tivesse muita experiência em faculdades antes daquilo.

Então. Acontece que não é assim e pronto. Agora estou tendo de estudar e ralar de verdade. O que é muito bom, convenhamos. Se eu terminar os cinco anos do curso (pois é, faculdade de verdade dura cinco anos!) e realmente seguir com a vontade que tenho hoje, de clinicar, preciso ter uma base bem sólida de conhecimentos iniciais. Afinal, as pessoas vão confiar os cérebros delas nas minhas mãos e vou precisar saber o que fazer pra entregá-lo bacaninha no final do processo. Não é igual uma camisa que você lava, passa (odeio passar camisa, aliás) e pronto. Exige um pouco mais de trabalho e eu ficaria extremamente decepcionado comigo mesmo se não me dedicasse desde hoje e não levasse isso tudo muito a sério. E posso dizer que tou contente com o resultado até agora.

Sobre erros e acertos, sou a primeira pessoa a incentivar os outros a fazerem o que têm vontade, o que acham que vai ser mais válido para suas vidas. Sei muito bem que não estou livre de quebrar a cara (e quero muito conseguir um dia não falar disso nem dar tanta importância aos meus erros recentes - esse dia vai chegar, mas ainda não) mas reforço que a principal coisa é fazer o que temos vontade e, em termos de carreira e realização profissional, isso tem um puta peso.

Sobre as provas, era meio que inocência da minha parte achar que os problemas atuais não afetariam meu desempenho. Andei ficando bem estressado e não conseguindo me concentrar direito principalmente na outra semana, mas a iminência das provas ajudou a fazer com que me organizasse. Bom, pelo menos um pouco. Só não coloco uma foto do meu quarto aqui porque ainda tenho bom-senso.

E vale mencionar que uma das matérias que mais gosto hoje é justamente a biologia/anatomia/tralalá. Só que ela chama "bases biológicas aplicadas à Psicologia" e é extremamente difícil. É a única mancha no meu quadro de notas deste primeiro semestre. Os órgãos (que a gente chama de "peças") não viram pra você e dizem os nomes deles, a gente precisa mesmo revirar os livros pra entender como aquele monte de carne (e de músculos etc.) se chama. É difícil. Mas vale a pena.

21 de maio de 2009

A espinha era a lei

Ontem eu devia estar com muita fome mesmo, ou então tenho algum tipo de ódio reprimido por peixes. Do fundo da minha alma, devo dizer que não guardo por eles nenhum rancor por relacioná-los com o cristianismo, nem acho que eles carreguem nenhum significado obscuro. 

O caso é que dei uma mordida com tanta vontade no peixe que comi ontem no almoço que ainda agora consigo sentir uma espinha presa na minha garganta. 

Acho que vou dar algum nome a ela e adotá-la de vez. Esse pode ser o início de um longo relacionamento.

19 de maio de 2009

Blue suede shoe

É sempre um saco quando seu tênis preferido começa a dar sinais de (excesso de) uso. E o solado vai soltando. Um saco.

16 de maio de 2009

More human than human

A Virada Cultural - um post atrasado porém necessário.
Acabo de ver aqui na Internet que neste final de semana haverá uma outra Virada Cultural, meio "lado B", em São Bernardo do Campo. As atrações, embora incluam o Lenine, não conseguem ofuscar o brilho do que foi a Virada Cultural de SP, a que eu fui. Foi minha primeira Virada, aliás. E tem gente me cobrando pra escrever sobre ela. Como faz muito tempo que ninguém me cobra pra escrever sobre nada, permito-me este momento de orgulho. E também porque fiquei entusiasmado com a ideia (agora sem acento) sobre isso.

Foi a primeira vez que saí de casa pra comparecer à Virada Cultural, o que é uma vergonha considerando que moro desde sempre ao lado de São Paulo e que tem gente que vem de outros Estados só pra esse evento. Pelo que andei lendo, as atrações de sempre estavam lá.
• Policiamento mínimo ou nulo: em algumas ruas por que passei, a segurança era feita por um cara que aparecia armado, do nada. E não, ele não era policial. Era alguém como eu ou você. que, ah, sim, tinha uma arma.
• Ressaca moral: várias pessoas dormindo pelo chão do Teatro Olido e nos canteiros da Praça da República, entre mendigos e frequentadores. Não me cabe julgar quem não tem onde morar. Mas não era o caso de todo mundo ali, não.
• Banheiros químicos: o mesmo terror desde o Rock in Rio III.

Fui com os nobres amigos
Daniel e Marcelo, com a corajosa missão de ver filmes de zumbi num cinema pornô do centrão. Juntaram-se a nós a Ananda e O Outro, que pretendiam participar de uns programas mais sérios. Felizmente conseguimos dissuadí-los dessa ideia furada e fomos pro infame Cine D. José. Logo na fila, sou abordado por duas garotas que queriam saber o que aconteceria lá. Fiz questão de frisar que os filmes exibidos não seriam os da programação normal do cinema, mas uma saudável mostra com filmes de zumbis.

- Mas zumbis....dos Palmares?

E a noite só tinha começado!

Se você ainda não teve o prazer de participar de uma plateia (também sem acento) que realmente se identifica com os personagens do filme e, mais do que isso, torce de corpo e alma por cada um deles, eu digo que é uma experiência incomparável. E que você está perdendo. Claro, é irritante quando as pessoas não param de falar durante a sessão e isso é imperdoável mesmo. Menos lá. Menos naquele dia. Menos durante Dellamorte Dellamore.

Todos éramos um só. A cada cena do filme, a cada morte, a cada acontecimento absurdo (foram muitos!), os espectadores irrompiam em aplausos e gritos. Acho que não tem cena melhor pra explicar isso do que a que mostrava o coveiro Francesco Dellamorte tirando a roupa da viúva em cima do túmulo do marido dela, o finado Augusto. Aos primeiros sinais de que o morto se levantaria, a plateia vibrava. Quando ele finalmente levanta e, enfurecido, avança em direção à esposa infiel, o cinema veio abaixo. A uma só voz,com emoção autêntica, a plateia bradava:

- Augusto! Augusto! Augusto!

Foi incrível! E só não posso dizer que foi inigualável porque, logo a seguir, o cinema exibiu Planet Terror do Robert Rodriguez, com direito ao trailer falso de Machete antes do filme. Preciso falar mais alguma coisa?



Conclusão? A melhor atração de todo o evento foi o conjunto da Mostra de Zumbis com a participação de todos os espectadores. Sem dúvida, minha melhor sessão de cinema de todos os tempos.

Se você ainda não ouviu "Paciência", do Lenine, vá até o canto da sala e bata nas suas costas com uma vara de marmelo. Depois de se punir muito, ouça a música. Altos vale a pena.

15 de maio de 2009

Revisão de anatomia

Agora parei pra pensar no título deste post* e nos significados possíveis dele. Não, não se trata de você pegar seu braço e falar "oks, ele fica ao lado do tronco". Nem de verificar se suas pernas ainda são duas e ficam embaixo da cintura. E menos ainda de olhar pro meio das pernas e emendar "ufa, todos os membros conferem.", seu engraçadinho.

A razão do título dele ser "Revisão de anatomia" e eu estar escrevendo, novamente, um post (como há tempos não faço) é a seguinte: são três e meia da manhã e eu precisaria acordar daqui a duas horas pra tomar banho e sair pra minha aula-de-sábado-revisão-de-anatomia-pra-prova-prática-de-olhar-pra-uma-glândula-e-saber-o-nome-dela. E o que você faz na noite anterior a um evento tão importante pra sua nota final do semestre?

Fácil. Sai pra beber!

O resultado é que amanhã vou estar cansado e derrubado e demolido. Mas eu vou assim mesmo, porque a aula é interessante, além de ser importante. É uma das matérias que eu mais gostei nesse curso de Psicologia. Ah, é. Comecei a estudar Psicologia. Não te falei? Pois é. Se você não sabe isso é porque provavelmente não somos amigos a ponto de um chamar o outro pra ser padrinho do seu casamento...ou então é porque faz tempo que não escrevo aqui. Das duas, uma.


*Aqui cabe um parêntese**. Faz tempo que não uso a palavra "post". Aliás, faz muito tempo que não faço nada tão relacionado a ter um blog. E faz muitos anos que não me considero um blogueiro. Acho que vou me chamar de "um cara que escreve". E só.

**Uau. Eu consegui incluir asteriscos*** pra explicar uma coisa onde já tinha usado asterisco pra explicar outra coisa. Acho que nunca fiz uma coisa tão subversiva, introspectiva e cool em toda minha vida. Palmas pra mim.


***A verdadeira razão pra ter começado com esses asteriscos é que as pessoas geralmente dizem "cabe um parênteses" e essa expressão parece muito errada, mesmo que ela não tenha sido afetada pela nova reforma da ortografia - e, convenhamos, não teria como ser influenciada mesmo, mas só quem sabe o que é ortografia perceberia isso sem que eu precisasse apontar. O caso é que não parece certo falar no singular, porque parênteses sempre vêm em dupla****. Como Lennon e McCartney. Roberto e Erasmo. Pena Branca e Xavantinho. Mentos e Coca.

****Vamos concordar que fica o singular por ser gramaticamente correto ou então deixamos "cabem parênteses", porque faz mais sentido. E chega dessa putaria de asteriscos. Isso tá quase merecendo um novo post*.